Foi criada em Belém a Associação Latino-Amazônica de Extrativistas, Produtores, Comercializadores e Processadores de Frutos Amazônicos (Latinamazon), entidade sem fins lucrativos que nasce para representar e organizar a cadeia dos frutos amazônicos no Brasil e em países da região. Na assembleia de constituição, realizada no Palácio da Agricultura, em Belem, na última quarta-feira (20), Ben Hur Borges — engenheiro florestal com mais de 40 anos dedicados ao açaí — foi eleito o primeiro presidente da instituição.
Segundo o estatuto da nova entidade, a Latinamazon atuará na representação setorial, defesa de direitos, parcerias público-privadas, preservação ambiental e condições dignas de trabalho, fomento a pesquisas, promoção da cultura e da memória amazônica, apoio à inovação, certificação por selo de qualidade e formação continuada por meio de cursos, oficinas e seminários. A entidade também poderá entabular acordos e convênios no Brasil e no exterior e criar diretorias nacionais e internacionais para ampliar a capilaridade.
Para Ben Hur Borges, a criação chega em um momento importante para o setor, com muitos desafios, a começar pelas sanções impostas pelo governo norte americano ao Brasil e a necessidade de unir esforços nos países amazônicos em torno de objetivos comuns. “Vamos buscar construir um observatório de dados com mapas de produção, formar e capacitar extrativistas e estruturar programas de promoção comercial no Brasil e no exterior, valorizando a sociobiodiversidade”, afirma o presidente.
A governança prevê Assembleia Geral, Diretoria (presidente, vice e secretário-geral), Conselho Fiscal e um Conselho Consultivo com 13 membros representantes da indústria, academia e associações/cooperativas. O estatuto aprovado em assembleia também lista como membros estratégicos permanentes a FIEPA, a FAEPA e a Federação do Comércio do Pará (Fecomércio PA), assegurando representatividade produtiva.
“Vamos trabalhar para que a qualidade sanitária e rastreabilidade se tornem diferenciais competitivos da Amazônia. Nossa meta também é lutar para padronizar protocolos com parceiros públicos e privados e ampliar o acesso à inovação, para que a floresta em pé gere mais renda e mais oportunidades para quem vive dela”, diz Ben Hur.
Ele acrescenta que a Latinamazon nasce com missão continental: articular extrativistas, produtores, comerciantes e processadores de frutos amazônicos, estimular boas práticas laborais e ambientais, difundir benefícios e vantagens dos frutos e promover integração entre associados — princípios que orientarão a agenda de projetos, eventos e acordos institucionais a partir de Belém.
Créditos: Comunicação Kaa Açaí