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O número de produtores de cacau no Pará é de 32.700 produtores, em uma área total plantada de 169.650 ha. A produção de cacau no estado, segundo o IBGE, é de 143.675 toneladas de amêndoa (Sedap/Ceplac). O valor bruto de produção de cacau é de R$ 5,7 bilhões e o ICMS arrecadado no Pará é de aproximadamente R$ 358 milhões. Houve uma valorização entre janeiro de 2024 comparado com dezembro de 2024 na ordem de 172,6%, saindo de uma média de valor de R$ 22,79/Kg para R$ 63,13/Kg, representando um aumento no valor de venda da amêndoa de cacau, considerando os dados do Estado do Pará.

O mercado de chocolates para a Páscoa está adotando estratégias diversificadas para enfrentar os desafios econômicos atuais. Diante do alto custo do cacau e da dificuldade de repassar esses valores ao consumidor, empreendedores do setor estão investindo em recheios regionais, sabores, formatos e tamanhos, investindo ainda no gosto do público infantil, acrescentando opções de brindes, brinquedos de pelúcia e outros.

Para permitir o acesso ao chocolate gourmet, nesta Páscoa, os chocolateiros do Pará irão manter o preço do ano passado, considerando o poder de compra do brasileiro que diminuiu no último ano devido a inflação. Com a estratégia de trabalhar a diversidade do produto, será possível oferecer mais opções para o bolso do consumidor e ainda garantir uma margem de lucro. O Sistema Faepa/Senar também tem incentivado a verticalização da produção do cacau por meio das Escolas Indústrias do Senar, hoje presente nos principais polos cacauicultores do estado, esta estratégia busca atender a demanda por chocolates de alta qualidade, assim como tem permitido a formação de chocomakers renomados no mundo do chocolate fino.

Márcia Nóbrega, da empresa paraense Lábios de Mel, do município de São Francisco, aposta na diversificação da produção, oferecendo mini bolos de chocolate, barras pequenas (20g) com brindes para o público infantil e brigadeiros com 70% de cacau, voltados para consumidores que buscam produtos com menor teor de açúcar. Apesar do aumento nos custos da matéria-prima, ela manterá os preços do ano passado e aposta em kits especiais para a Páscoa. A chocolateira manterá os valores do ano passado, e aposta suas vendas neste ano nos presentes e lembranças de páscoa para crianças.

Verônica Preuss, da Cacao Blumen, do município de confirma que supermercados estão priorizando barras e presentes de chocolate em vez dos tradicionais ovos de Páscoa, considerados caros para revenda. Para tornar os produtos feitos com chocolate mais acessíveis ao consumidor, os chocolateiros estão trabalhando na diversificação, com barras de 50g a 75g, e trufas recheadas. As opções permitirão um aumento mínimo de 5% no valor dos produtos.

Preta Maia, da Cacauerê, em Mocajuba, neste investirá na produção de recheios de frutas típicas da Amazônia, como bacuri, cupuaçu e castanha-do-pará, para oferecer opções diferenciadas. A estratégia da chocolateira inclui a produção de trufas e presentes temáticos, permitindo que mais consumidores tenham acesso ao chocolate na Páscoa e a mesma ainda não definiu a precificação final para os produtos de Páscoa para o ano de 2025.

Sarah Ascurra, da marca de chocolates Ascurra, de Medicilândia, conseguiu manter os preços do ano passado ao trabalhar com o custo de produção sem o repasse do valor do cacau fino o preço final do produto. Para ela, apesar de ser uma fase de alta valorização do cacau, os chocolateiros enfrentam desafios para equilibrar preços e a demanda. Sua aposta para este ano está nos ovos de Páscoa de novos tamanhos para atrair o público.

Com esse olhar, os produtores de chocolate artesanal buscam equilibrar qualidade, tradição e acessibilidade, garantindo que os consumidores possam celebrar a Páscoa sem comprometer o orçamento.

O cacau é muito mais do que um fruto, traz com ele uma história rica que perpassa séculos de cultura, agricultura, gastronomia e tecnologia, transformando vidas e a economia no estado do Pará e no Brasil. Confira abaixo alguns números que mostram a importância da cultura cacaueira em nosso estado.