Escolha uma Página

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou sua coletiva anual de imprensa, traçando um panorama dos desafios enfrentados em 2024 e das projeções para 2025. O encontro reuniu o presidente da CNA, João Martins, o diretor técnico Bruno Luque e a diretora de relações internacionais Suemi Mori, que destacaram a resiliência do setor agropecuário diante de um cenário adverso.

Clima e economia desafiaram o agro em 2024

O ano foi marcado por condições climáticas severas, incluindo uma seca histórica que comprometeu pastagens e lavouras em várias regiões do país. A produção de grãos, que inicialmente era projetada para 322 milhões de toneladas, recuou para 298 milhões, com quedas expressivas nas colheitas de milho e soja. No setor de carne bovina, o aumento no abate de matrizes evidenciou os esforços dos pecuaristas para mitigar custos em meio às adversidades econômicas.

Apesar do cenário desafiador, o PIB agropecuário registrou crescimento de 2%. “O agro brasileiro mostrou sua força, superando desafios com inovação e determinação”, afirmou João Martins, destacando a capacidade do setor de se reinventar.

Exportações e tensões comerciais

As exportações agropecuárias alcançaram US$ 166 bilhões em 2024, mantendo-se estáveis apesar das quedas nos preços de commodities como soja e milho. Produtos como café, açúcar e celulose compensaram as perdas, destacando-se como pilares de sustentação na balança comercial.

Porém, o setor enfrenta crescentes desafios no cenário internacional, especialmente com a União Europeia. A legislação europeia sobre desmatamento, que não diferencia entre desmatamento legal e ilegal, é vista como uma barreira discriminatória. Suemi Mori reforçou a posição brasileira: “É fundamental que as legislações nacionais sejam respeitadas. Estamos trabalhando para garantir que o acordo Mercosul-União Europeia inclua mecanismos de proteção aos nossos produtores”.

Horizonte promissor para 2025

As previsões para 2025 são otimistas. O PIB agropecuário deve crescer 5%, impulsionado por condições climáticas mais favoráveis e pela recuperação nos preços de diversas cadeias produtivas. A produção de grãos deve atingir 322 milhões de toneladas, com destaque para a soja, que pode registrar aumento de 12%.

No campo das políticas públicas, a CNA continuará defendendo um maior orçamento para o seguro rural e a simplificação no acesso ao crédito. O fortalecimento do mercado privado, como os Fiagros, também será essencial para garantir investimentos em tecnologia e produtividade.

Sustentabilidade como prioridade

Na próxima Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas (COP), o Brasil pretende reafirmar seu papel como referência global em sustentabilidade. Exemplos como o uso de energias renováveis e a recuperação de terras degradadas serão apresentados como modelos a serem seguidos.

“O Brasil tem uma agricultura sustentável, baseada em legislações rigorosas. É nossa missão levar essa verdade ao mundo”, enfatizou João Martins.

Compromisso com o futuro

Com um olhar atento às demandas globais e confiança na força do produtor rural, a CNA reforça seu compromisso de impulsionar o agronegócio como alicerce do desenvolvimento econômico e social do Brasil. O setor segue como exemplo de resiliência e inovação, pronto para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que 2025 reserva.