A proprietária da fábrica de chocolates Cacauway, Hélia de Moura está entre as finalistas para concorrer ao PRÊMIO CNA BRASIL ARTESANAL 2021 – CHOCOLATE promovido pelo Sistema CNA/Senar em parceria com o Centro de Inovação do Cacau (CIC) e com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). A iniciativa tem o objetivo de identificar e reconhecer os melhores chocolates artesanais do Brasil.
Para chegar nesse patamar e reconhecimento, Hélia de Moura trabalhou muito até conseguir comercializar o chocolate com a instalação da fábrica de chocolates Cacauway. Confira entrevista em que ela conta como isso aconteceu.
Como começou a sua história com o cacau?
Minha história com o cacau começou no ano de 1997, quando após casar com um agricultor, mudei-me para Medicilândia, pois ele possuía propriedade e já trabalhava com a cultura do cacau. O cacau já era comercializado nesta região, Transamazônica, desde o início da década de 70. No início do ano 2000, o município de Medicilândia começou a se destacar pela sua produção e produtividade, chegando a ser o município destaque da região da Transamazônica, e por isso ganhou o título da “Capital Nacional do Cacau” e em 2010 ganhou a instalação da primeira Fábrica de chocolates do Estado do Pará, a Cacauway.
O que mudou com a instalação da fábrica?
É com a Fundação da Cacauway que começa minha história com o chocolate. Desde o início das primeiras discussões estamos na luta pela verticalização do chocolate na região. Formamos uma cooperativa, a Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica-COOPATRANS, constituída em 16 de julho de 2010 e já possui 11 anos de existência. Temos a marca Cacauway como domínio.
Como funciona o processo de fabricação do chocolate?
Trabalhamos desde o plantio ao chocolate. Cultivamos o cacau em Sistemas Agroflorestais, a maioria do plantio ainda é originário da própria semente, mas também já começamos a cultivar plantas enxertadas, a qual acreditamos ter maior produtividade e maior resistência a doenças e insetos, a depender da variedade escolhida.
Qual o diferencial do cacau utilizado para produzir os chocolates da Cacauway?
Da minha propriedade vendo amêndoas de qualidade, cacau fino, o qual passa por um processo diferenciado, caso da fermentação que resultará em um chocolate de excelente qualidade. Toda a amêndoa de qualidade vai para a indústria onde a mesma se transforma em chocolates Cacauway. Nesta etapa também faço parte, pois acompanho as formulações dos chocolates, bem como o resultado do produto na ponta, realizando o controle de qualidade.
O cultivo do cacau e a produção de chocolates lhe proporcionou que tipos de crescimento?
Como crescimento profissional e pessoal obtive muito conhecimento nesta área de amêndoa de qualidade e gastronômica, liberdade de brincar com receitas, de formular aquilo que antes era desconhecido, o chocolate. Pela cooperativa consigo vender minhas amêndoas com valor agregado, ganhando até 50% do valor de mercado, ou seja, vendendo na cooperativa é como se produzisse uma safra e meia por ano.
A Cacauway consegue gerar empregos?
Na minha propriedade consigo gerar emprego e renda para três famílias que trabalham em sistema de parcerias agrícolas, os quais geram seu sustento a partir do cultivo do cacau.
Quais as metas para o futuro?
Tenho como meta, cada vez mais ampliar minha área de cultivo, gerar emprego e renda para famílias que se dispõe a trabalhar nesta atividade, além de tornar minhas lavouras cada vez mais produtivas com responsabilidade social e ambiental. Na área do chocolate, tenho como meta tornar minha produção 100% em cacau fino para que se tornem chocolate de qualidade, fortalecendo e verticalizando a cultura do cacau em minha região.
Concurso – A Cacauway está concorrendo com mais seis finalistas dos Estados de São Paulo, Goiás, Bahia e Minas Gerais. Para chegar a esse resultado, as amostras de chocolate passaram pela etapa classificatória, em que os degustadores do CIC e Ceplac avaliaram os produtos quanto ao aspecto, cor, sabor, aroma, textura, persistência e teor sólido do cacau.
A próxima fase é a análise de júri popular por meio de degustação em que o público, indicado pela comissão julgadora, poderá provar os sete chocolates que estarão sem identificação e votar no que mais gostaram.
O produtor do chocolate mais votado pelo júri popular receberá R$ 6.000 e o título de vencedor do “Prêmio CNA Brasil Artesanal 2021 – Chocolate”. O segundo colocado receberá R$ 4.000. O terceiro, quarto e quinto colocados receberão certificados de participação e R$ 2.500, R$ 1.500 e R$ 1.000, respectivamente. Todos receberão certificados de participação.
O “Prêmio Brasil Artesanal 2021 – Chocolate” tem apoio do Programa Compre do Pequeno do Sebrae.