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Pesquisas apontam que o produtor rural é brasileiro é quem mais preserva o meio ambiente. É o que afirma Evaristo de Miranda, chefe geral da Embrapa Territorial (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

De acordo com o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa, Evaristo de Miranda, o enorme esforço do produtor rural na preservação dos imóveis rurais beneficia toda a Nação. “O custo decorrente de imobilizar e manter essas áreas recai apenas sobre o produtor, sem contrapartida da sociedade, principalmente dos consumidores urbanos. Destes, os produtores esperam, no mínimo, o justo reconhecimento, sem a demonização de suas atividades de produzir alimentos, e mais conhecimento de suas realidades”, analisou.

País campeão de áreas protegidas – Segundo o pesquisador, relatório da ONU comprova que o Brasil é campeão mundial de áreas protegidas. São protegidas as unidades de conservação como parques nacionais, estações ecológicas e APAs (Áreas de Proteção Ambiental), com 155 milhões de hectares. Também são consideradas áreas protegidas as terras indígenas demarcadas. No total, o país tem 30,2% do território protegido em comparação com a média de 10,5% dos outros nove países do mundo com mais de 2,5 milhões de km².

Práticas agrícolas já garantem preservação A pesquisa da Embrapa indica que os municípios de Porto de Moz, Juriti, Augusto Corrêa, Curuçá, São Caetano de Odivelas, Magalhães Barata, Aveiro, Maracanã, Almeirim e Oriximiná são os dez municípios com mais área dedicada à preservação dentro das propriedades. Sendo que em Porto Moz, essa porção ultrapassa 95,2% da área rural.

A Embrapa Territorial entregou para a Faepa os números de cada um dos 144 municípios paraenses. Segundo o analista Gustavo Spadotti, do centro de pesquisa, de posse dos dados em nível municipal, “os sindicatos que compõem a federação têm mais ferramentas para contribuir com o planejamento das administrações públicas locais e auxiliar os próprios agricultores”.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) ressalta que o Pará preserva aproximadamente 70% da sua área florestal e os produtores rurais do estado são os principais atores sociais para que o trabalho seja desenvolvido de forma consciente e ambientalmente responsável.

Brasil – Os resultados da pesquisa mostram semelhanças com as estatísticas nacionais. Ao todo, 57,6% em média dos imóveis não são utilizados para atividades econômicas, mas destinados a áreas de preservação permanente, reserva legal, vegetação excedente e hidrografia. Essas terras correspondem a 23% do território paraense. O estado ainda é caracterizado por extensas unidades de conservação e terras indígenas que, somadas e descontadas as sobreposições, ocupam mais de 45% do território paraense, cerca de 85,7 milhões de hectares.

Amazônia – O Pará está na chamada Amazônia Legal, onde o Código Florestal exige que 80% da propriedade seja reservada para vegetação nativa nas regiões com floresta. Mas o estado também tem áreas de cerrado e de campos gerais, em que a reserva legal pode ser de 35% e 20%, respectivamente. O Código ainda desobriga de recomposição florestal os produtores que abriram áreas anteriormente à publicação da lei, cumprindo as normas vigentes na época.