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O presidente da Faepa, Carlos Xavier, participou ontem, 23, da cerimônia de assinatura do protocolo de intenções para implantação da primeira planta de verticalização de minério de ferro do Pará, no município de Marabá (região sudeste). O evento ocorreu no Teatro Maria Sylvia Nunes, na Estação das Docas, em Belém. O investimento na implantação da usina de laminação de aço é de US$ 450 milhões, equivalente a cerca de R$ 1,5 bilhão, e tem como parceiros o Governo do Estado e as empresas Vale e China Communication Constrution Company (CCCC), controladora da brasileira Concremat.

Para o governador Helder Barbalho, a medida traz inúmeros benefícios ao Estado, e uma delas é a oportunidade de atrair outras indústrias de diversos segmentos, que enxergam no Pará grandes oportunidades a partir dessa implementação, sempre com ênfase na geração de emprego e renda, e ainda no desenvolvimento econômico e social. “Estamos abrindo uma janela que permite um horizonte de novos negócios para a atividade da mineração, absolutamente importante para o Estado”, afirmou.

Vale e CCCC devem apresentar até o ano que vem o projeto e o licenciamento completos, com previsão de início das obras para 2021 e funcionamento já a partir de 2022.

Caminho inverso – “Enquanto todos os investimentos estão retraindo no resto do País, estamos investindo R$ 1,5 bi, o que reforça nosso ambiente econômico de atração de negócios como resistente a essas dificuldades”, avaliou o governador. “Com o protocolo e mais a retomada das atividades de 100% da Hydro, creio que em uma próxima avaliação do comportamento da economia e do emprego no Estado já haverá um cenário apontando para uma rota de crescimento”, acrescentou Helder Barbalho, aproveitando para reforçar sua expectativa de anunciar, ainda este ano, os investidores consolidados para a construção dos mais de 700 quilômetros da Ferrovia Paraense, que ligará Barcarena a Marabá, e à Norte-Sul.

Ele também adiantou que em agosto irá à China com empresários paraenses para apresentar o Estado a novos investidores e propor mais parcerias.

Sobre a escolha de Marabá para sediar o polo, o chefe do Executivo estadual enalteceu o hub logístico da região e a proximidade da mina de ferro. “A articulação institucional e política precisa estar compatível com a viabilidade do projeto”, reiterou. “Ainda mais com as obras do derrocamento do Pedral do Lourenço garantidas para iniciar em setembro, teremos a navegabilidade plena do Rio Tocantins todos os meses do ano a partir de 2022. Tudo isso monta um cenário favorável”, afirmou o governador.

Cobrança – Aos parceiros, Helder Barbalho agradeceu a confiança no potencial do Estado, mas adiantou que será firme rumo ao resultado final, lembrando que outros protocolos semelhantes foram firmados em gestões passadas e não se concretizaram. “Podem ter certeza de que o Governo não permitirá ou aceitará que este protocolo não saia do papel. Vamos cobrar e fazer nosso dever de casa, garantindo ambiente institucional de segurança jurídica e atração econômica. Trabalharemos para agilizar o processo ambiental, e não mediremos esforços para que toda e qualquer burocracia possa ser eliminada. Estamos falando de um projeto estratégico, estruturante e determinante”, garantiu.

A tão esperada verticalização mineral deve tornar, futuramente, o Pará apto também a discutir a produção da chamada linha branca – geladeiras e outros eletrodomésticos – e mesmo a de veículos. “Invertemos a lógica. Foram 40 anos tirando nossos minérios in natura apenas na atividade primária, para beneficiamento em outros países e estados. Agora é perspectiva real de extração, oferta e agregação de valor”, pontuou o governador.

Reconhecimento – O diretor-presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo, reconheceu a importância do Pará no tamanho que a empresa ostenta hoje. “Acreditamos que podemos ir além. O Pará fez da Vale uma empresa forte, e nosso compromisso é contribuir para que o Pará prospere”, assegurou.

Mauro Viegas Neto, presidente executivo da Concremat, lembrou que a tratativa para a assinatura do protocolo de intenções começou há um ano e meio. “Temos indicações positivas de atrativo do empreendimento, além da força e seriedade da parceria. Que esse projeto seja uma alavanca econômica de empregos para a região”, reforçou.

O prefeito de Marabá, Tião Miranda, destacou a importância de o Pará seguir na contramão do restante do Brasil em um momento de economia instável. “É importante verticalizar o minério de ferro. Vai gerar emprego e renda, um dos grandes desafios agora nesse País. Somos privilegiados. Não há desenvolvimento sem verticalização”, disse o gestor municipal.

O senador Jader Barbalho (MDB-PA) disse esperar “que as gerações futuras assistam o Pará ser festejado e proclamado como um Estado rico e com um povo que usufrui dessa riqueza”.