A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promove até quinta-feira (29), a 4ª edição do Programa de Intercâmbio AgroBrazil, em Belém (PA). e objetiva aproximar os produtores rurais brasileiros de representantes de delegações estrangeiras no país. Durante uma semana, adidos agrícolas e representantes de oito embaixadas no Brasil – Hungria, Tailândia, Malásia, Vietnã, China, Estados Unidos, França e Myanmar – conhecem a produção de açaí, cacau, óleo de palma e queijo de búfala.
“Nesta edição, a programação conta com visitas técnicas a propriedades rurais, cooperativas e indústrias de processamento de frutas e, principalmente açaí, produto tradicional da região norte do país”, afirmou a assessora de Relações Internacionais da CNA, Layanne Vasconcellos.
De acordo com a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, o programa permite um contato próximo e direto entre produtores rurais brasileiros e os representantes de delegações estrangeiras no Brasil. “O objetivo é apresentar a realidade da produção agropecuária e as ações e técnicas que a tornaram o principal setor da economia, contribuindo não só para uma balança comercial positiva, mas para a geração de emprego e renda”.
Açaí e cacau
Adidos agrícolas e representantes de oito embaixadas no Brasil conheceram ontem (26) a produção de açaí e cacau e o processamento das frutas em Castanhal e na Ilha do Combú, no Pará.
Para a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, o AgroBrazil é uma oportunidade de mostrar aos diplomatas a realidade do produtor brasileiro. “Muitas vezes eles chegam ao nosso país sem saber como produzimos e quais técnicas utilizamos. Então a ideia é fazer essa ponte entre o produtor e os mercados internacionais através dos representantes lotados em Brasília”.
A primeira parada do dia foi na Agroindústria Petruz Fruity, tradicional empresa processadora de açaí na região de Castanhal. Durante a visita, o grupo formado por representantes da Hungria, Tailândia, Malásia, Vietnã, China, Estados Unidos, França e Myanmar, conferiu todas as etapas de produção da polpa. “Desde 2005 a Petruz trabalha com o fornecimento do açaí. Aqui ele passa pelo beneficiamento completo: pesagem, lavagem, amolecimento, processamento, resfriamento, embalagem e armazenamento”, explicou o diretor industrial da empresa Thiago André Silva.
Segundo ele, o volume de processamento diário é de 250 toneladas e 50% do que é produzido é exportado para mais de 30 países. “Nós nos destacamos no mercado pelo investimento em tecnologia. Temos uma forma diferenciada de congelar o produto, que é manter as qualidades em termo de cor e isso tem sido bem recebido”.
Após a visita, o grupo seguiu para a sede da Federação da agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), em Belém, para assistir a apresentações sobre a importância do setor agropecuário para a economia da região. O presidente da Faepa, Carlos Xavier, deu as boas vindas à comitiva e destacou a necessidade de um bom relacionamento entre os países. “Cerca de 70% das nossas exportações vão para a China. O Pará é a porta de entrada da Amazônia pelo Oceano Atlântico e está próximo de grandes mercados internacionais”.
A programação do dia continuou na Ilha do Combú, onde a produtora de cacau forasteiro, Izete Costa, mais conhecida como dona Nena, mostrou aos participantes como se produz chocolates e doces artesanais. “Começamos nosso trabalho vendendo barras de chocolate na feira do produtor orgânico na cidade. Com o tempo, nossa marca foi sendo reconhecida, conseguimos montar uma casa de chocolate na ilha e hoje fornecemos o produto para restaurantes de chefes renomados”, disse.
Para o especialista em assuntos agropecuários da Embaixada da França no Brasil, Julien Barre, as visitas são interessantes, pois mostram todo o processo de produção de frutas que são mais conhecidas pelo produto final. “É a segunda vez que participo do programa AgroBrazil e dessa vez foi fantástico ver como a semente do cacau vira chocolate. A agricultura familiar também me chamou atenção, pois é algo muito presente na França”.
Roteiro – A viagem continua até quinta-feira. Nesta terça, o grupo vai conhecer a produção de óleo de palma no município de Tailândia e uma cooperativa de produtores em Tomé Açú. Na quarta, a criação de búfalos e produção de queijos na Ilha de Marajó. E na quinta o Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá).