O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) registra aumento na participação de mulheres a cada edição do programa de desenvolvimento de novas lideranças, o CNA Jovem. A instituição promove a iniciativa desde 2014. O CNA Jovem está focado na liderança empreendedora e desafia os participantes a buscar soluções e propostas inovadoras para alcançar maior protagonismo no setor agropecuário.
Na quarta edição, que teve início em 2020 e segue neste ano, a representatividade feminina superou a dos participantes homens. Dos 3.742 jovens inscritos em julho de 2020, 53% eram mulheres e 47% homens. Após as etapas classificatórias e eliminatórias, as mulheres continuam sendo a maioria. Agora, são 80 jovens de todas as regiões brasileiras classificados para a fase nacional do programa, dos quais 51 são mulheres, 63,7% do total, e 29 são homens (36,2%).
Dentre as finalistas, duas jovens são do estado do Pará, a engenheira agrônoma e especialista em Agronegócio, Gestão Empresarial e Inteligência Competitiva, Antônia Vanderlane Albuquerque da Costa, e engenheira agrônoma e doutoranda em Agronomia, Quésia Sá Pavão.
Antônia Vanderlane Albuquerque compete com projeto voltado para o desenvolvimento de políticas partidárias a fim de gerar mudanças e benefícios para o setor produtivo. “Até o momento tenho percebido a importância do trabalho em grupo e estou adquirindo experiência para lidar com as adversidades que surgem no dia a dia”, explicou. Antônia conta que o programa ultrapassou as suas expectativas e que está muito orgulhosa de representar o Pará na fase nacional. “Foram meses de trabalhos que me fizeram refletir sobre meu propósito de vida e que certamente será de grande valia para contribuir cada vez mais para o crescimento do agro. É com muita alegria e satisfação que estarei levando o nome de Capitão Poço e representando o Estado do Pará na segunda fase”, comentou.
Quésia Sá Pavão revela que o programa teve um impacto muito positivo na sua vida pessoal e profissional. “Foi algo muito marcante descobrir o meu propósito. Além desse ganho pessoal, pude abordar um problema relevante no setor agropecuário, fruto da minha inquietação. É gratificante ver o resultado disso e melhor será quando eu identificar meus beneficiários e liderados conseguindo alcançar seus resultados”, destacou.
Edições anteriores – A também egressa do CNA Jovem na edição 2018/2019, Letícia Hungria, contou que o programa mudou sua vida profissional. “Para os participantes que iniciaram em 2020 e vão terminar este ano sugiro que se mantenham sempre atualizados com as notícias gerais assim como do agro. E que não se esqueçam de como diz o ditado “quem não é visto ao é lembrado”. Se destaque e mostre suas habilidades”, enfatizou.
Com o tema de trabalho voltado para transformar resíduos em recursos produtivos, Kezia Oliveira, disse que participar do CNA Jovem em 2016/2017 mudou sua visão sobre o agronegócio em vários aspectos como, por exemplo, ela passou a ter mais a percepção da potência do setor produtivo. “Outro ponto importante foi desenvolver a habilidade de me enxergar como líder. Espero que as próximas participantes saibam que a mulher pode estar onde ela se propor a estar”, destacou.
Números crescentes – Em 2014, quando foi realizado pela primeira vez, do total de participantes 32% mulheres e 68% homens. Já na segunda edição, em 2016, 43% eram mulheres e 57% de homens.
A coordenadora nacional do CNA Jovem, Fernanda Nonato, ressalta que em 2019 o percentual de mulheres finalistas da etapa nacional aumentou consideravelmente em relação às duas primeiras edições. “Começamos a realizar o CNA Jovem com apenas 32% de mulheres em 2014 e em 2021, este percentual dobrou. Espera-se realmente que, no futuro não muito distante, possamos entregar para o setor agropecuário novas lideranças empreendedoras onde as mulheres tenham uma participação muito mais significativa do que nas gerações passadas”.
Soluções inovadoras – A jornada teve início em 2020 com fases introdutórias sobre o agronegócio brasileiro e oficinas digitais sobre problemas, oportunidades, propósito, liderança empreendedora e desafios. Desde janeiro, quando foram conhecidos os 80 jovens classificados para a fase nacional da quarta edição, eles estão em grupos trabalhando de forma remota para identificar os mais relevantes desafios que levarão para a segunda fase com o objetivo de propor soluções criativas em cinco áreas de foco: empresarial, educacional, institucional, político-partidário e sindical. As melhores soluções serão reconhecidas pelo Sistema CNA/Senar. Nas edições anteriores, os jovens vencedores ganharam viagens técnicas para a China, Nova Zelândia e para o Vale do Silício, nos Estados Unidos.