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O aumento de roubos de gado na região do Marajó e o transporte clandestino desses animas foi tema de audiência pública, nesta quarta-feira (10/01), na Secretaria de Estado do Planejamento do Amapá, em Macapá. Além dos prejuízos financeiros aos criadores, os roubos podem comprometer as ações de defesa sanitária no Pará, que, em 2017, recebeu o reconhecimento pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de estado 100% livre da Febre Aftosa. Até então, oito municípios paraenses que possuem divisa com os estados do Amazonas e Amapá, áreas que eram consideradas de médio e alto risco para aftosa, respectivamente, ainda apareciam como zonas de risco.

A audiência foi solicitada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Rural do Governo do Amapá, após leitura da revista Pará Rural, uma publicação institucional do Núcleo Marajó, do Sistema Faepa – Federação da Agricultura e Pecuária do Pará, alertando sobre o avanço nos registros de ocorrências desse tipo de ação criminosa, em especial, durante o transporte dos animais entre os estados do Pará e Amapá.

Na ocasião, ficou definido a criação de um Grupo de Trabalho que vai atuar junto aos governos estaduais e aos órgãos competentes com intuito de cobrar ações efetivas de combate a este tipo de crime.

De acordo com Murilo Tocantins, do Núcleo Marajó, a intenção é unir forças e encontrar um caminho para tentar coibir essa prática criminosa. “O Pará não aceita mais essa impunidade. Somos um estado em constante evolução no campo e a força do Brasil para alimentar o mundo não pode ser ameaçada pela impunidade de quem comente esses atos”, revela.

Além de produtores rurais estiveram presentes o diretor-geral da Adepará, Luiz Pinto de Oliveira, o superintendente do MAPA, Clésio Santana, o presidente da Faepa, Carlos Xavier, o prefeito de Chaves, Ubiratan Barbosa, o presidente do Sindicato de Chaves, Aristóteles Ferreira de Souza Filho, o representante do Núcleo do Marajó, Murilo Tocantins, o juiz de Chaves, Arnaldo José Pedrosa Júnior, o delegado da Polícia Civil, Silvio Maúes, o criador de gado Beto Chermont, a promotora do Amapá, Ivana Cei, e ainda, representantes da Diagro – Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado do Amapá, Ministério Público do Estado do Amapá e Polícia Militar do Amapá.

Livre de febre aftosa com vacinação

O Pará se manteve entre os estados brasileiros que tem maior cobertura vacinal, com a imunização de 7.907.328 bovinos e bubalinos, o que representa 98,07% do rebanho. Para permanecer como área livre de febre aftosa com vacinação, segundo meta exigida pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), o estado precisam ter um índice de no mínimo 90% de vacinação.

Rebanho imunizado

O rebanho do Pará é o quinto maior do Brasil, com mais de 20 milhões de cabeças e, desde 2014, o estado é reconhecido pela OIE como área livre da febre aftosa com vacinação. Ainda em 2017 a Adepará deu início ao processo para se tornar área livre da doença sem vacinação até 2020, conforme o planejamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que prevê a retirada da vacina em todo o país. A meta é que até 2023 o Brasil conquiste o status de zona livre da aftosa sem vacinação.

Abertura de mercados

Com o status de área livre da febre aftosa sem vacinação o Pará vai garantir a abertura de mercados em todo o mundo, já que a população paraense consome apenas 30% da carne bovina produzida no Estado, os outros 70% que sobram são destinados à exportação. Alguns países como o Japão tem regras muito rígidas com relação à importação de carne e não compram de países que ainda vacinam.

Ao longo de 2018 a Adepará vai realizar cinco campanhas contra a febre aftosa:

15 de março a 30 de abril – etapa de vacinação das Zonas de Proteção de Faro e Terra Santa.

1 a 31 de maio – campanha estadual de vacinação.

15 de julho a 30 de agosto – etapa de vacinação das Zonas de Proteção de Faro e Terra Santa.

15 de agosto a 15 de outubro – etapa de vacinação da Ilha do Marajó.

1 a 30 de novembro – campanha estadual de vacinação.