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No momento em que Belém sedia o Fórum Mundial de Bioeconomia, em uma ocasião em que o evento ocorre pela primeira vez fora da Europa, os olhares estão todos voltados para a capital paraense durante os três dias do encontro que tem o objetivo de apresentar as ações voltadas para o desenvolvimento sustentável do Pará. Em consonância com essa temática, o Sistema Faepa/Senar realizou na manhã desta terça-feira, 18, uma reunião de trabalho da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau, já que o Estado lidera a produção nacional por dois anos consecutivos.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, disse que o Pará tem potencial para ser o maior produtor do mundo, em virtude do favorecimento pelas condições edafoclimáticas, como o tipo de solo, composição atmosférica e a precipitação pluvial. “A câmara setorial é de extrema importância, porque estamos reunindo diversas entidades como os representantes da área da pesquisa, da academia, das entidades empresariais e do governo. Juntos, estamos construindo esse caminho”, destacou.

Dentre as pautas debatidas foram discutidas as providências a serem tomadas no que se refere a prestação do serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural, assim como a pesquisa e o desenvolvimento do cacau de várzea, a regularização fundiária das propriedades dos agricultores familiares (Iterpa e Incra), o fundo aval do Governo Federal ou Estadual para os agricultores terem acesso a crédito e as projeções para a produção de sementes em 2022.

Na sequência foram abordados ainda, questões relacionadas a barreira sanitária contra a monilíase, por meio do relatório da missão do MAPA, no Acre, os acordos firmados com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e as prospecções para e efetivação de um Centro de Excelência em Educação Profissional e Assistência Técnica Rural.

A presidente da Câmara Setorial do Cacau da Faepa, Goreti Gomes explicou que em três meses ocorreram outras reuniões de trabalho e que, nessa ocasião, foram levantados oito temas de interesse para o desenvolvimento da cadeia produtiva cacaueira. “Dentre os diversos objetivos queremos chegar em um consenso sobre as medidas adotadas referentes a não obrigatoriedade da Ceplac de prestar assistência técnica para as ações da produção do cacau. Sendo assim, queremos definir de que forma essa assistência técnica poderá ser suprida. Por isso, que várias entidades estão aqui tratando sobre os temas. Já temos em execução as ações do Senar que envolvem, só no mundo do cacau, quase duas mil unidades produtoras”, explicou.

O chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Walkymário Lemos destacou que a Embrapa tem o propósito de ser mais uma instituição do governo federal envolvida nas discussões e nas tomadas de decisões estratégicas para a cadeia do cacau. “A pedido da ministra foi criada uma unidade mista de pesquisa e inovação entre Embrapa e Ceplac, onde a Embrapa passa a também se envolver com essa cultura, trabalhando principalmente as questões ligadas a pesquisas científicas em conjunto com a Ceplac”, pontuou.

O deputado estadual do Amapá, Jesus Pontes, disse que a Faepa doou 500 mil mudas de cacau para o Estado do Amapá com o objetivo de iniciar o plantio no período do inverno, financiado diretamente pelo Plano de Produção Integrada (PPI), que vai financiar a cadeia produtiva na agricultura familiar beneficiando cerca de mil e trezentas famílias este ano, além de investimentos com valores de aproximadamente 2 milhões de reais.

“Dados da Embrapa indicam que para cada real investido no setor rural há o retorno à sociedade no valor de 7 reais. Então, é uma forma clara de poder promover o desenvolvimento, crescimento e também a distribuição de renda para os produtores rurais e, consequentemente, o desenvolvimento dos Estados do Pará e do Amapá. O trabalho em conjunto trará resultados mais significativos”, avaliou.