O cacau é a principal matéria-prima na fabricação de chocolate. E o Estado do Pará desponta com a maior produção nacional. Sendo assim, há muito que comemorar nesta quarta-feira, 7, Dia Mundial do Chocolate. Atualmente o alimento é venerado e querido pela maioria da população mundial. No passado, tomar chocolate quente virou símbolo de status para a aristocracia europeia e somente com a Revolução Industrial o produto foi popularizado.
Frente às iniciativas que desenvolvam a economia do produtor rural, a Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) aproveitou os resultados positivos de colheita no Estado e agiu para potencializar o desenvolvimento econômico do setor cacaueiro.
Assim, a Faepa junto ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) idealizou e colocou em prática um projeto inovador, sendo o primeiro do Senar em nível nacional, possibilitando a verticalização da produção de cacau no Estado. Para isso foi projetada a instalação de um total de cinco escolas Indústria nos municípios de Altamira, Igarapé-Miri, Tomé-Açu, Medicilândia e Castanhal, e ainda, a implantação de uma unidade móvel para a produção de chocolate.
Dentro dessa proposta, na escola Indústria são promovidas palestras técnicas sobre o manejo do cacau ao chocolate, quando os participantes terão a oportunidade de compartilhar de aulas práticas e vivenciar o contato com maquinário para o aprendizado da produção de chocolate.
O superintendente do Senar/PA, Walter Cardoso, conta que na escola os produtores rurais aprenderão sobre o conceito Bean to Bar, uma tendência da chocolateria que significa da amêndoa à barra. “A proposta tem como objetivo incentivar o produtor rural a ter acesso ao conhecimento e, com isso, também impulsionar o desenvolvimento do agronegócio no estado. É um projeto que movimenta toda uma cadeia, gerando emprego, renda e desenvolvimento para o agronegócio paraense”, analisou Walter.
Histórias doces – Imagina ter uma produção de doces, bolos e sobremesas feitas com chocolate regional ou produzidas pela própria confeitaria. Então, a Danielly Passarelli, empresária do ramo no município de Altamira, no sudoeste do Pará, tem essa experiência para contar.
Após participar de um curso em uma propriedade em Medicilândia, ela passou a se interessar pelo processo de beneficiamento da amêndoa. “Aprender a transformar a amêndoa em chocolate foi uma das experiências mais incríveis que pude ter. E, fez com o que aumentasse o interesse em aprimorar as técnicas e pensar em produzir meu próprio chocolate”, lembrou.
A empresária de Altamira contou ainda que a empresa “Granulados” começou a fazer experimentos para criar um produto local, e que mostra que a paixão pelo chocolate vai muito além de comprar ele pronto e usar nas receitas. “E, na páscoa desse ano, nós lançamos uma linha própria de ovos de chocolate produzidos artesanalmente com chocolate regional e, além disso, a Granutella, uma pasta de cacau feita com castanha do Pará que leva em sua essência o cacau da região”, lembrou.
Passarelli disse ainda que com a produção na confeitaria, e trabalhando com o chocolate que é uma das suas paixões, hoje emprega uma média de 15 funcionários que dedicam os dias a adoçar a vida dos clientes e amigos.
Produtores – Engenheira Agrônoma e responsável Técnica da Cacauway que funciona no município de Medicilândia, Hélia de Moura conta que o cacau já era comercializado na Transamazônica desde o início da década de 70. No início do ano 2000, o município de Medicilândia começou a se destacar pela sua produtividade, chegando a ser o município destaque da região ganhando o título de “Capital Nacional do cacau”, e em 2010 ganhou a instalação da primeira Fábrica de chocolates do Estado do Pará, a “Cacauway”.
“Trabalhamos desde o plantio ao chocolate. Cultivamos o cacau em Sistemas Agroflorestais, a maioria do plantio ainda é originário da própria semente, mas também já começamos a cultivar plantas enxertadas, a qual acreditamos ter maior produtividade e maior resistência a doenças e insetos, a depender da variedade escolhida”, explicou.
Feliz com os resultados, ela diz que em sua propriedade consegue gerar emprego e renda para três famílias que trabalham em sistema de parceiros agrícolas, os quais geram seu sustento a partir do cultivo do cacau.