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Nomear um produto de qualidade é o maior reconhecimento da identidade de valor agregado a uma mercadoria. A região do Marajó conseguiu essa façanha. Na segunda quinzena do mês de março, o queijo de búfala produzido na ilha do Marajó recebeu o reconhecimento por meio do registro de Indicação Geográfica (IG) na modalidade Indicação de Procedência. A iniciativa e avaliação foram do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

“Trata-se de um produto que traz características do território e da sua gente, e cuja estruturação para o registro como uma indicação geográfica pode gerar benefícios econômicos, sociais, ambientais para as regiões”, ressalta a Coordenadora de Indicação Geográfica de Produtos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Débora Gomide Santiago.

Selo Arte – A iguaria também é o primeiro produto da região Norte a receber o Selo Arte. A partir desse reconhecimento, o produto é identificado como um queijo artesanal tradicional brasileiro, permitindo a sua comercialização em todo o país.

No ano passado o queijo do Marajó da Fazenda São Victor recebeu o Selo Arte do Governo do Estado do Pará, por meio das iniciativas promovidas pela Secretaria de Estado e Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (SEDAP), e da Agência de Defesa do Estado do Pará (ADEPARÁ). A produção da fazenda tem o centro de produtividade artesanal situado em Salvaterra, na Ilha do Marajó,

“Para nós foi um dia de comemoração, pois com o Selo Arte é possível comercializar o produto para os demais estados do território nacional. A medida ajudou a impulsionar as vendas, proporcionando perspectivas positivas a nível comercial”, revela Marcus Pinheiro, produtor de queijo artesanal marajoara da Fazenda São Victor.

O presidente da Faepa, Carlos Xavier falou sobre a importância do incentivo do próprio do Governo do Estado, no sentido de evidenciar os potenciais da Ilha do Marajó por meio da produção artesanal. “É importante mostrar para o Brasil e o mundo um produto que, em termos históricos, têm mais de 200 anos de existência. O governo do Estado tem promovido total apoio para a Ilha do Marajó, o qual considero nunca ter visto na história”, destacou.

História – A tradição no uso do leite de bubalina para fazer o queijo remonta ao final do século XIX e o início do século XX, quando houve o aumento do rebanho de búfalos na região e o leite da então nova espécie tornou-se matéria-prima para os produtores locais, em sua maioria portugueses e franceses.

 Atualmente, o Marajó apresenta o maior rebanho de búfalos do Brasil, o que representa cerca de três vezes a população de todos os seus municípios. Os animais se tornaram símbolo da região e são, hoje, parte importante da economia do Marajó.