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A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) comemora neste dia 17 de abril de 2018 seus 67 anos de fundação. A universidade, que se constituiu como a primeira instituição de ensino superior voltada para as ciências agrárias da região, hoje ultrapassa a barreira do rural e se consolida como formadora de profissionais das diversas áreas do conhecimento – das ciências humanas às ciências biológicas; das licenciaturas às diversas ramificações da engenharia. São mais de 7 mil alunos, distribuídos entre seis campi no Pará – Belém, Capanema, Capitão Poço, Paragominas, Parauapebas e Tomé-Açu.
Além dos campi, a Universidade também possui quatro unidades descentralizadas, em Benevides, Castanhal, Igarapé-Açu e Salinópolis, onde desenvolve diversas pesquisas e atividades práticas para os estudantes. Além disso, está presente em outros municípios através de suas atividades de pesquisa e extensão e através do Plano Nacional de Formação de Professores (Parfor), como destaca o Reitor da instituição, Professor Marcel do Nascimento Botelho.

“Hoje, comemorando seus 67 anos, a Ufra possui aproximadamente 7500 alunos de graduação e pós-graduação distribuídos em cursos decisivos para o desenvolvimento das principais cadeias produtivas do estado. Através de seus diversos projetos de pesquisa e extensão, a Ufra se aproxima da sociedade em mais de 40 municípios no estado do Pará, além de continuar atuando nos demais estados da região amazônica”, diz o Reitor, afirmando que há muito o que se comemorar.

Histórico – A história da Ufra começa em 1951, com a criação da Escola de Agronomia da Amazônia (EAA), que ofertava um único curso de graduação: o de Agronomia. De acordo com o Reitor, a criação da EAA constitui um dos três momentos da instituição considerados decisivos para o desenvolvimento da região. “A Escola de Agronomia da Amazônia surge para formar a primeira geração de engenheiros agrônomos da Amazônia, os quais vieram de todos os estados e depois regressaram para esses mesmos estados e foram decisivos para impulsionar a agropecuária da região”.

O segundo marco histórico veio em 1972, com a transformação em Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP), que passava a agregar também os cursos de Engenharia Florestal e Medicina Veterinária. “Nesse período, a sociedade rural da Amazônia precisava de profissionais capazes de lidar com os novos desafios da exploração florestal e sanidade animal. Também nessa época, a FCAP passa a receber um grande quantitativo de alunos oriundos de nossos vizinhos sulamericanos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da agropecuária dos países formadores da Amazônia Sulamericana”.

Expansão – O terceiro e último momento veio em 2002, quando a FCAP foi, finalmente, transformada em Universidade, o que possibilitou a interiorização e a expansão de seus cursos. “Rapidamente, a Ufra passou de seus três cursos para os atuais 37 cursos de graduação em seis diferentes municípios do estado. Novamente, a Ufra é decisiva para a sociedade paraense ao levar a formação superior de alta qualidade àqueles jovens que não teriam condições de se deslocar para Belém”, destaca o Reitor Marcel Botelho.

Hoje, a universidade oferta, além dos 37 cursos de graduação, um total de 07 programas de pós-graduação acadêmica, com 10 cursos, entre mestrado e doutorado, e o Programa de Residência Multiprofissional em Medicina Veterinária. Entre os diversos projetos, ações e serviços que chegam até a sociedade, está um hospital veterinário-escola, que atende diariamente dezenas de animais domésticos, com serviços de baixo custo à população.

De acordo com o Professor Paulo Santos, docente há 44 anos da Ufra e ex-aluno da Escola de Agronomia da Amazônia, é inegável que a Ufra foi responsável pela formação de muitos dos profissionais que alavancaram as pesquisas e contribuíram para o crescimento do Pará. “Eu diria que o grande legado desta universidade é a contribuição que ela deu para a formação de profissionais que vieram a contribuir para o desenvolvimento do setor agropecuário do estado. Nós temos diversos colegas da Embrapa e do Museu Goeldi, por exemplo, excelentes pesquisadores, que foram alunos desta casa. Sem contar com as pesquisas geradas aqui, com trabalhos científicos que proporcionaram o aprimoramento no desenvolvimento da região”, relata.

O professor, que já ocupou o cargo de Vice-Reitor, destaca a importância do processo de interiorização da instituição. “Nós estamos levando conhecimento a áreas cujo acesso em outros tempos era muito difícil. A presença da universidade deu uma oportunidade aos jovens dessas localidades”, diz.
Para ele, a Ufra mantém-se como referência no ensino de ciências agrárias, mas hoje vive uma verdadeira revolução, com a ampliação de seu papel na sociedade. “Vimos a universidade deixar de ser exclusivamente das ciências agrárias e se expandir para outras áreas de conhecimento. Esses cursos, principalmente do interior, foram criados em função da própria demanda local”, diz. “A minha expectativa é que a universidade continue a sua ampliação, sempre com cuidado para não perder a qualidade do que é oferecido”, finaliza o professor.

Programação – A celebração pelos 67 anos da Ufra será realizada no dia 24 de abril de 2018, a partir das 8h, no Prédio Central do Campus Belém. A programação contará com exposição fotográfica sobre a história da universidade, lançamento de livros, mesa redonda e diversas atividades culturais.